A perseverança dos santos
Existem algumas igrejas, que pregam que o crente pode perder a salvação. Há
portanto alguns argumentos, que estes irmãos usam para apoiarem a sua
doutrina: Mateus 10:22 a Bíblia diz: "sereis odiados de todos por causa do
meu nome; aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo". Os que
sustentam tal pensamento acham que a expressão usada por Jesus: perseverar
até o fim, mostra que o crente pode se desviar, e conseqüentemente perder a
salvação, logo só pode ser salvo se perseverar. Só que os tais cometem um
grande erro: pois usam um versículo isolado de todo o texto para firmarem a
doutrina, quando deveriam examinar todo o contexto, para se certificarem do
que realmente refere tal passagem. Examinado o contexto podemos analisar que
Jesus ali não se referia a salvação do espírito, mas sim a salvação física (
do corpo ) veja os vers. (28 e 30 ). Havia ali, uma instrução acerca da
perseguição que os discípulos iriam sofrer. Haveria uma época que, quem
confessasse o nome de Jesus seria morto, logo havia uma promessa de, no caso
da fidelidade do crente em fazer a obra de Deus, que o Senhor iria poupá-lo
da morte antecipada. Analise todo o contexto.
Outro fator importante: o crente não poderia perseverar pela sua própria
salvação por um motivo forte: a salvação é somente pela fé; se o homem
tivesse que se esforçar para guardá-la, acabaria sendo por obras,
contrariando a própria salvação por motivo forte: a salvação é somente pela
fé; se o homem tivesse que se esforçar para guardá-la acabaria sendo por
obras, contrariando a própria Bíblia Sagrada. Veja: ( Efésios 2:8-9 ) . A
salvação não é um mérito do homem e de Jesus, mas é totalmente d'Ele. por
isto, a Bíblia nos diz que: Ele, Jesus é o autor e consumador da nossa fé.
Lá no calvário, o nosso Redentor bradou: "esta consumado". Na verdade,
chamamos esta doutrina de perseverança dos santos, porém a perseverança é de
Jesus, pois é Ele quem persevera por nós, através da sua intercessão junto
ao Pai. ( João 17. todo o capítulo )
Mateus 25:1-13. ( parábola das 10 virgens )
Primeiro erro: não se pode firmar uma doutrina em cima de uma parábola. As
cinco virgens néscias, do contrário que se pensa, não eram salvas porque não
tinham o azeite (símbolo do Espírito Santo), porém só tinham a lâmpada. que
na bíblia é símbolo da Palavra de Deus (veja Salmo 119: 105). O falso crente
pode Ter o conhecimento ou a iluminação da palavra (Hebreus 6: 4-5), mas não
o Espírito Santo, pois só pode tê-lo quem é salvo, Veja o que o apóstolo
Paulo diz aos crentes de Corinto; (1 Coríntios 6:19) atente bem, ele fala:
"O ESPÍRITO SANTO que esta em vós". Logo, todo crente têm habitando em si o
Espírito Santo. Há na Bíblia Sagrada exemplos de pessoas que estiveram entre
os crentes, até seguiram a Jesus. Tiveram a lâmpada, mas não o azeite. Ou
seja, tinham o conhecimento das verdades divinas, mas não eram salvos. Uma
das provas mais claras acerca disto é Judas Iscariotes (o traidor). Esteve
entre os discípulos, ouviu da boca do próprio Cristo, coisa concernente ao
reino de Deus, mas não teve o seu coração transformado. Há, infelizmente
quem creia que Judas era um crente que perdeu a salvação. Porém Judas nem
crente era: e a prova disto, entre outras coisas, está em um fator
importante: A bíblia nos diz que satanás entrou em Judas. Sabemos que o
verdadeiro crente não poderia jamais ser possuído, nem mesmo tocado pelo
maligno ( II João 5 : 1 8 ).
Há ainda na parábola das 10 virgens outro fato importante: Jesus diz às
néscias: não vos conheço; do contrário, diz que as suas ovelhas conhece.
(João 10 : 14). Somos conhecidos de Deus; não somos estranhos para Ele.
Certa vez, o Senhor Jesus chamou seus discípulos de amigos ( João 15: 13-15
). Lucas 15:11-32.
O filho pródigo não era crente, pois os versículos 24 e 32 dizem: que este
filho estava morto e perdido. Morte e perdido. Morte e
perdição é uma característica do ímpio (Efésios 2:13). O crente é alguém que
espiritualmente vivo e não mais perdido.
Pois é a própria palavra de Deus que nos assegura isto. Veja Jo 3:36, Jo
8:10. Apocalipse
3:11 - Alguns confundem salvação com galardão.
Acham que Jesus ao afirmar que a igreja de Filadélfia deveria atentar para
que ninguém tomasse a sua coroa, seria um indicativo de que esta
coroa, e não a salvação, que poderia ser de alguma forma tomada. Porém, em
nenhuma parte das Sagradas Escrituras há indícios de que coroa esteja
relacionada com salvação, e sim galardão. ( II Timóteo 2: 4-5, II Timóteo 3
: 7-8 ). A salvação não é conquistada por méritos humanos, mas é um Dom
(favor imerecido). Logo, a coroa que a bíblia relata, e que Paulo faz menção
não pode ser a salvação, mas galardão (recompensa). Que é fruto de
determinada obra. O crente não pode ganhar a salvação porque se esforçou
para isto, mas a Bíblia nos mostra que mediante os seus frutos (santidade,
almas ganhas...) certamente receberá sua recompensa (galardão ou coroa).
Êxodo 32:32 : os que acreditam na perda da salvação, usam a passagem de
Moisés, para afirmar que o livro, no qual o servo de Deus se referia, era o
livro da vida do cordeiro. Concluindo desta forma que o nome uma vez escrito
no céu ao crermos pode ser apagada. A Bíblia, no entanto, faz menção da
existência de dois livros : O livro dos viventes e o livro da vida do
cordeiro. O livro o qual Moisés se referiu era exatamente o livro dos
viventes, pois de certa forma, cada pessoa que morre, seu nome é tirado do
livro dos viventes, evidenciando logicamente a sua não existência entre os
vivos. O que Moisés pedia ali não era para ser riscado do livro da vida do
cordeiro, e sim para morrer. Uma vez o mesmo estava triste pela situação em
que se encontrava o povo de Israel. Se nós raciocinarmos, veremos que não
tem sentido que um servo de Deus peça para ser condenado, pois quando
estamos com dificuldades tremendas como estava. Moisés, desejamos morrer,
para estar com cristo. Não podemos deixa lembrar também que, no antigo
testamento, quando alguém fazia determinadas coisas que feriam tremendamente
o coração do Senhor era por Ele ferido de morte. (riscado do livros
viventes). Basta analisar o que o próprio Deus diz para Moisés: "riscarei do
meu livro do aquele que pecar contra mim". ( êxodo 32:33 ). Nos versículos
34 e 35, vemos o cumprimento da palavra. Veja ainda: (Números 16. Todo o
capítulo).
Conclusão: o livro referido por Moisés era os livros dos viventes; riscá-lo
deste livro significava tirá-lo do mundo dos viventes pois, acima de tudo,
Moisés reconhecia a autoridade Deus sobre sua vida. (Números 16:22).
Infelizmente podemos ver que os argumentos citados por aqueles que defendem
a perda da salvação são inadequados, mal interpretados.
Vejamos agora, a luz da Bíblia, porque cremos que o crente não pode, em
hipótese alguma, perder a sua salvação. Pois uma vez salvo; salvo para
sempre. João
10:28. Analisemos algumas coisas importantes que estão contidas neste
versículo tão profundo: "jamais perecerão" : é evidente que, se eu creio que
alguém pode ser salvo e perder a salvação, ao perder, esta pessoa certamente
irá perecer. Se eu creio desta forma, faço mentirosas as palavras de Jesus,
que afirma categoricamente que as suas ovelhas jamais perecerão. Jamais é um
termo que afasta qualquer possibilidade de suas ovelhas virem a perecer,
seja qual for a circunstância.
"Ninguém as arrebata de minha mão". Vemos agora Jesus mostrando a
impossibilidade de qualquer pessoa vir a tirar as suas ovelha de sua mão.
Ninguém pode nos tirar das mãos do Senhor: nem familiares, nem autoridades
terrenas, nem potestades... Negar isso é negar o poder do nosso Salvador. É
negar que Ele é o todo poderoso, e que todas as coisas estão debaixo da sua
autoridade. Outro
detalhe importante, no restante do texto, vemos ainda Jesus falando algo
maravilhosamente tremendo: antes lemos que ninguém pode arrebatar suas
ovelhas de sua mão no versículo 29. O nosso salvador afirma que da mão do
pai ninguém pode arrebatar. Já pensou? Que profundo? Estamos duplamente
guardados pelo Deus filho. Como pode alguém ainda crer que pode ser, tirado
de mãos tão poderosa? E no versículo 30, Ele conclui: Eu e o Pai somos um.
Mostrando, assim, a grandeza do seu poder. (gostaria que você analisasse
ainda: colossenses 3:3).
Romanos 8: 35-39: está claro que o apóstolo Paulo era um homem que cria
totalmente na perseverança dos santos. Este, creio eu ser um dos textos mais
diretos, completos, e que deixa qualquer um que creia na perda da salvação
desconcertado e sem resposta. Paulo começa como sempre indagando, como se
soubesse desta doutrina herética. Parece-nos estar perguntando: como vocês
acham que podem ser separados de Cristo, uma vez que Ele é o todo poderoso?
Como ousam acreditar que qualquer circunstância pode fazê-los afastar-se de
Deus? E ele expõem várias coisas que poderiam ser colocadas como causa de
tal separação. E continua dizendo: "pois eu estou bem certo..."; quanta
convicção nós encontramos nas palavras deste servo. Quantos hoje podem falar
com tanta certeza acerca de uma verdade tão gloriosa! Acho que pelo o
decorrer da sua mensagem não há dúvidas de que o crente jamais poderá ser
separado de Cristo. Estamos ligados a Ele pelo o amor. É uma aliança
inquebrável. Paulo expõe exatamente tudo que poderia ser colocado como
pretexto para os que se afastam de Deus. E como se não bastasse, o apóstolo
ainda arrisca afirmar tudo isto e mais: nenhuma outra criatura, ou seja,
qualquer coisa que você possa imaginar; nada poderá nos separar do amor de
Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor. ALELUIA!!! Não dá para crer de
outra forma. A verdade da perseverança dos santos. é bíblica demais, ao
ponto do coração do crente queimar...
Efésios 1 :13 : Paulo aqui nos diz: fomos selados com o Espírito Santo.
Sabemos que uma carta selada é uma garantia, de que a correspondência não
poderá ser extraviada, e de que vai chegar no local desejado. Da mesma
forma, Paulo nos compara a esta realidade. Iremos para o céu, que é nossa
eterna morada. Como garantia de que não poderíamos nos perder, Deus nos
selou com o seu Santo Espírito. Apesar de muitas tribulações, perseguições e
dores, chegaremos ao céu, como vencedores, cantado o hino da vitória, porque
fiel é o que nos prometeu. (II Timóteo 2:13).
Em Filipenses 1:6, mais uma vez, com a sua convicção, Paulo afirma: estou
plenamente certo... não há de completá-la... crê na perda da salvação é o
mesmo que negar esta verdade que o apóstolo afirma, pois, desta forma, a
obra começada por Deus ficaria incompleta. Então seria o mesmo que afirmar
que Deus falhou. Que começou algo que não pode terminar... Sendo assim eu
prefiro crer que o que se desviou, Deus nem sequer começou alguma obra nele,
pois entre crer que Deus falhou, ou que o tal homem nunca experimentara tal
obra da parte do Redentor, prefiro crer na segunda hipótese. Pois como a
própria Bíblia diz: "seja Deus verdadeiro e todo homem mentiroso ".
Em II Timóteo 1:12: Paulo começa: "eu sei em quem tenho crido..." Eu espero
que o leitor perceba estes detalhes de afirmação tão maravilhosos. Aos
romanos ele diz: "pois eu estou bem certo"; aos filipenses: "estou
plenamente certo"; e a Timóteo: "eu sei em quem tenho crido". Além da
convicção das três afirmações, nesta última Paulo demonstra algo além da
firmeza de fé; ele conhecia a Deus. E não apenas as suas verdades
doutrinárias, mas conhecia o caráter de Deus, os seus atributos, e o
conhecia de intimidade. Paulo sabia quem era Deus, por experiência... Sabia
que aquele a qual havia se revelado para ele certo dia, não podia negar a
sua palavra, a sua promessa, pois teria que negar-se a si mesmo. Paulo não
hesitava em afirmar determinadas verdades, pois como ele disse, ele sabia o
Deus que cria. Ele não temia afirmar pois tinha certeza no cumprimento de
sua palavra, pois era palavra de Deus. O Deus que não pode mentir. Pois Ele
mesmo disse: "não sou homem para que minta". E ainda que sejamos infiéis,
todavia ele continua fiel.
Talvez alguém possa perguntar: como esclarecer o fato de que às vezes, há no
meio cristão pessoas que pareciam tão "fervorosas e zelosas", e se desviaram
dos caminhos do Senhor. Alguns ficam confusos, e acabam crendo na idéia
errada de que o crente pode perder a salvação, não porque a palavra lhes
assegure, mas pelas experiências que presencia. E caem no erro terrível de
trocarem a palavra de Deus, que é infalível, pela experiência.
Nós cremos que o crente jamais perderá a salvação. Alguns ousam achar que
por nós crermos assim, correremos o risco de "vivermos" pecando, por não
termos o temor de perder a salvação. Alguns acham que a doutrina da
perseverança dos santos dá margem para uma vida desregrada e sem temor de
Deus. No entanto, é exatamente ai que há o maior dos enganos, pois é por
sabermos que somos eternamente de Jesus, nos enchemos de gratidão e
obviamente não temos o menor desejo de ferir o seu coração com 6 pecado.
Além do que a santidade que agrada à Deus, Não pode ser motivada pelo medo,
e sim pela gratidão. O que crê na perda da salvação, vive angustiado por não
ter convicção de ser salvo até o fim, e ainda por cima se esforça para não
perdê-la. Esta "santificação " não é bíblica, e nem agrada a Deus. É puro
legalismo ... A
explicação para as dúvidas que surgem acerca de tais desvios, é que o que se
desvia, e permanecem no mundo, certamente nunca foi crente. Cremos que o
verdadeiro crente pode até esfriar na fé, porém jamais voltará a viver uma
vida de pecados semelhante ou pior a que vivia antes de conhecer a Cristo.
Em II Pedro 2: 22, temos uma idéia simples e clara acerca dos que voltam
atrás; Pedro chama os tais de porca lavada. Atente bem: não é ovelha que se
transformou em porco. É porca lavada. Tal animal gosta de sujeira, de
maneira que, mesmo que pegássemos o porco e o lavássemos, isto não iria
afetar a sua natureza, pois mesmo lavada, na primeira oportunidade voltaria
ao lamaçal. Aquele que não teve uma transformação em Cristo, pode até passar
algum tempo entre os crentes, mas certamente não suportará tanto tempo e
retornará ao seu mundo de pecados. Só quando aceitamos a Cristo, somos por
Ele transformados em ovelhas. E com o caráter transformado, temos prazer, em
fazer a vontade do nosso Redentor. O nosso desejo agora não é mais olhar
atrás e sim olhar para o alvo, para o autor e consumador da nossa fé. O
crente tem no seu coração o mesmo desejo que esteve no coração do apóstolo
Paulo: prosseguir para o alvo.
O profeta Jeremias, inspirado pelo Espírito Santo disse: Eles serão o meu
povo, e eu serei o seu Deus. Dar-lhes-ei um só coração e um só carrinho para
que me temam todos os dias, para o seu bem de seus filhos. Farei com eles
aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o
meu temor no seu coração não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu
temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim". (Jeremias 32:38 40
). Alguém poderia achar que, quando Jesus falou no evangelho de João, que
suas ovelhas ninguém pode tirá-las de sua mão, estaria então interferindo no
livre arbítrio do crente. Porém isto não é verdade pelo fato de que o crente
é ligado a Deus pelo amor e pelo temor, como disse o profeta. E este temor,
obviamente não significa medo, porém reverência. Na verdade, não é que o
crente queira se desviar e não pode; a questão é que o verdadeiro crente não
deseja sair dos caminhos do Senhor. Ele tem prazer em servi-lo e os seus
mandamentos não são penosos, ao contrário, são prazerosos... Jeremias falou
pela boca do próprio Deus: Ele, o Senhor, põe no coração do seu povo o seu
temor, e é este temor quedos sustém em seus caminhos, para que nunca nos
apartemos d'Ele.
Para finalizar esta séria de argumentos deixarei ainda para sua meditação as
palavras do salmista: "conserva-lho-ei para sempre a minha graça e, firme
com ele a minha aliança.
Farei durar para sempre a sua descendência: e o seu trono, como meu Juízo,
se violarem os meus preceitos e não guardarem os meus mandamentos, então
punirei com vara as suas transgressões e com açoites a sua iniqüidade. Mas
jamais retirei dele minha bondade, nem desmentirei a minha fidelidade. Não
violarei a minha aliança, nem modificarei o que os meus lábios proferiram" (
Salmos 89:28-34 ).
Creio que as minhas palavras já não são necessárias. Teria muito mais o que
falar, porém quero permitir ao leitor a honra, o privilegio de meditar nesta
verdade tão tremenda, proferida pela boca do próprio Deus. Creio ser a falta
de compreensão das sagradas escrituras o motivo de tantos absurdos no meio
cristão. Que Deus levante homens e mulheres, que amem esta verdade por
inteiro e possam receber do alto, a revelação e proclamá-la aos que ainda
não a conhecem.
"Que Deus em Cristo nos abençoe".
Silvana Sales. 17/03/98.
Artigo do Jornal Trombeta de Sião Ano I n.º 8 Fortaleza – CE Editor
– Pr. Glauco Magalhães |