O Perigo da Comparação
"Quem dentre vós que tenha sobrevivido, contemplou esta casa em sua primeira
glória? E como a vedes agora? Não é ela como nada aos vossos olhos?" - Ageu
2.3
Ageu profetizou cerca de 66 anos depois da destruição do templo.
Certamente havia, entre os que o ouviram, alguns homens mais velhos que
tinham visto o templo de Salomão em seu esplendor. Esdras 3.12,13 descreve o
que aqueles que tinham visto o primeiro templo sentiram 16 anos antes,
quando o trabalho de reconstrução começou: "Porém muitos dos sacerdotes, e
levitas, e cabeça de famílias, já idosos, que viram a primeira casa,
choraram em alta voz quando a sua vista foram lançados os alicerces desta
casa" (Esdras 3.12).
Os homens de Esdras 3, choraram porque viram o
templo em sua primeira glória. Quando Salomão construiu o primeiro templo,
ele não economizou em materiais, e reuniu os melhores talentos que pode
encontrar para fazer a obra. Agora, eles olhavam os fundamentos do novo
templo e lembravam do antigo e não tinham como comparar. De fato eles
diziam: "...em comparação com o antigo templo, este é como nada aos nossos
olhos".
Esta comparação entre os "bons tempos"e o presente - ou entre
a obra de Deus em várias ocasiões e lugares - raramente é benéfica. Não foi
nada bom para o povo dos dias de Ageu pensar em quão grandioso era o templo
de Salomão em comparação com o seu próprio trabalho de reconstrução. Isto
lhes foi desencorajador naquele momento. Freqüentemente nossas comparações
conduzem-nos ao orgulho ou ao desencorajamento.
Quando nossos dons e
recursos são pequenos,nós somos freqüentemente tentados a pensar
que não podemos fazer nada de bom
para Deus.
Nós olhamos para os outros com grandes recursos e
talentos e pensamos que eles são aqueles que Deus pode realmente usar e não
pessoas como nós - porque tentar então? Nós pensamos que se nós não podemos
construir um templo tão grande como o de Salomão, nós deveríamos nos
incomodar, construindo de jeito nenhum. A verdade disto tudo é que nada que
nós fazemos é realmente digno de Deus - todas as nossas obras, inclusive as
de Salomão, não alcançam a perfeição da glória dEle. Então, nós realizamos o
que nós podemos e confiamos que o Senhor está tão satisfeito com nosso
coração e esforço quanto com a grandiosidade do resultado final.
A.W.Tozer, considerando a nossa tendência de competir e fazer
comparações, sugeriu a seguinte oração:
"Querido Senhor, de agora em
diante eu me recuso a competir com qualquer um dos teus servos. Eles têm
congregações maiores do que a minha. Que assim seja. Eu regozijarei com seu
sucesso. Eles têm maiores talentos. Muito bem. Isto não está no poder deles
nem no meu. Eu sou humildemente agradecido pelos seus grandes talentos e
pelos meus pequenos também. Eu somente peço que eu possa usar, para Tua
glória, este modestos dons que eu possuo. Eu não irei comparar a mim mesmo
com ninguém, nem tentar elevar minha auto-estima por algo em que eu exceda
um ou outro em Teu santo trabalho. Com isso, eu nego completamente que
possua qualquer merecimento próprio. Eu sou somente um servo inútil. Eu me
coloco alegremente aos pés da cruz e eu sou o menor do Teu povo. Se eu errar
em meu próprio julgamento e realmente subestimar a mim mesmo, eu não me
importo. Eu proponho orar pelos outros e regozijar em sua prosperidade como
se fosse a minha própria. E de fato é minha se ela é tua também, porque o
que é Teu é meu, e enquanto um planta e outro rega, é Tu somente que dá o
crescimento."
David Guzik |